O sonho de conhecer o Afeganistão surgiu quando, em nossa primeira volta ao mundo de carro, passamos muito próximo a ele – cerca de 30 quilômetros. Aconteceu em 2008, estando nós no Paquistão. Em uma das noites em Quetta, quando acampávamos no estacionamento de um hotel, de repente, dois caças sobrevoaram nossas cabeças sentido Norte.
Perguntamos o que era aquilo, ao que tivemos a resposta: “caças americanos indo bombardear o Afeganistão”. Ficamos boquiabertos! Guerras não nos fascinam, muito pelo contrário, mas temos dois corações de viajantes que quanto mais veem, mais querem ver. Aquele acontecimento nos despertou um desejo de ver de perto como era o dia a dia desse intrigante país.
Queríamos ver as pessoas e, se mesmo em meio a instabilidade, haveria uma vida descente. Se as crianças estariam indo para a escola, onde e como moravam, do que viviam, dentre outras curiosidades. O tempo passou e oito anos mais tarde, quando cruzávamos a Ásia Central em nossa segunda expedição de volta ao mundo, nosso sonho se realizou. E no momento que entramos no Afeganistão, imergimos no passado.
Nós primeiramente dirigimos de Ishkashim com nosso próprio carro em torno de 220 quilômetros por uma estrada precária até Sarhad, no Corredor Wakhan (nordeste do país), para então fazermos uma caminhada de 160 quilômetros ida e volta até o Lago Chaqmaqtin, onde vive uma comunidade de quirguizes que é considerada uma das mais isoladas – geograficamente e politicamente falando – desse planeta. As fotos documentam a experiência que tivemos durante o período de 16 dias nesse país.